COMO SE TORNAR UM EMPREENDEDOR?
As localidades atingidas eram compostas por inúmeras iniciativas de geração de renda, formalmente estabelecidas ou não. Esses empreendedores, deslocados à força de seus mercados consumidores, veem-se na situação de estagnação de seus negócios, seja por dificuldades de mercado ou financeiras. Além disso, há os que buscaram, com maior ou menor sucesso, a continuidade de seus negócios nas novas localidades em que se encontram. A fim de proporcionar um aumento na taxa de sucesso desses empreendimentos, identifica-se a necessidade de formação técnica em gestão, capacitando os gestores nas diversas ferramentas de gestão empresarial, bem como o desenvolvimento de um plano de negócios para cada empreendimento, em que serão estabelecidos os indicadores de cada negócio. Tais necessidades abrangem também os novos empreendedores, ou seja, aqueles que, após a queda da barragem descobriram-se empreendedores e têm o desejo de abrir um próprio negócio. O empreendedorismo é uma importante alternativa para a geração de renda. Seja na sua forma de auto-empreendedor, cooperativismo, associativismo ou empreendedor social, esta forma de organização para o trabalho tem crescido e se tornado uma opção de carreira para inúmeras pessoas. No entanto, para o bom desenvolvimento do empreendimento, não basta a boa vontade ou força de trabalho. É necessário conhecimento e desenvolvimento de competências na área de gestão. Assim, propõe-se o acompanhamento dessas pessoas, buscando auxiliá-las no conhecimento das técnicas de gestão, de âmbito da administração geral e cooperativismo. Para tal, as ações planejadas serão diversas, tais como: cursos, oficinas, acompanhamento técnico, assessoria técnica, consultoria e tudo o mais relativo ao desenvolvimento dos empreendimentos dos atingidos que se encontram em Mariana e cidades vizinhas e que carecem de competências técnicas da área administrativa. As ações a serem desenvolvidas serão totalmente customizadas aos atingidos, em toda a sua integralidade: tempo de duração, local de realização, formas de abordagem e acesso aos mesmos. Devido aos projetos já anteriormente desenvolvidos e aprovados pela PROEX/UFOP, já se tem próximo network com os atingidos, havendo parceria estabelecida entre a professora e a Comissão dos Atingidos, a Cáritas, que é a Assessoria Técnica dos Atingidos e o jornal A Sirene. Frente a todo o conhecimento já existente em relação aos atingidos pela queda da barragem, desenvolvimento este que só foi possível com o apoio da UFOP, através dos projetos de extensão e de pesquisa, planeja-se para os anos de 2020 e 2021 a realização de ações de natureza intervencionista com os atingidos.